Mesmo diante da situação desoladora que a crise do coronavírus causou na saúde, política, economia e sociedade, tivemos avanços históricos na tecnologia que merecem ser celebrados. Graças a várias soluções disponíveis, ainda que com acesso desigual por parte de grande parte da população, foi possível dar continuidade a nossa rotina de maneira remota.

Há vários exemplos de como isso foi possível, seja através do home office, os estudos, as compras, os atendimentos médicos e tantos outros serviços.
Setor privado, governos e diversas organizações, com intuito de garantir o sucesso de sua atuação, precisaram encurtar a distância entre o ambiente físico e digital. Esses avanços aceleraram uma série de transformações que estavam em pauta, mas distante de serem aplicadas em nosso dia a dia. Não é, portanto, exagero afirmar que a pandemia acelerou exponencialmente a transformação digital em todo o mundo.

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De acordo com a pesquisa global “Digital Readiness and Covid-19: Assessing the impact”, realizada pela Tata Consultancy Services, as organizações entrevistadas registraram que, dentre as alterações nos gastos com tecnologia, os maiores aumentos foram em tecnologias colaborativas, cibersegurança, tecnologias nativas de Cloud e analytics avançado.

Em poucos meses, os impactos dessa mudança já são perceptíveis. Em conformidade com o estudo global CEO Outlook 2020, efetuado pela KPMG, empresa de prestação de serviços profissionais, 67% dos executivos entrevistados informaram que o progresso da digitalização de operações posicionou os negócios meses, e até anos, à frente do esperado.

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Nesse mercado, os profissionais também estão em transformação
Se as organizações estão se transformando para lidar com todas as mudanças, os profissionais também não são os mesmos. A área de TI em 2021 vai precisar de colaboradores que saiam de trás dos computadores para trabalhar no front. Por isso, é esperado que esses profissionais interajam com todas as equipes da empresa, já que serão, mais do que nunca, protagonistas na elaboração de soluções, produtos e serviços oferecidos pela companhia. Será preciso dialogar com as demandas de usuários e entender os desafios existentes em um contexto no qual o uso de tecnologias deve ser, cada vez mais, ampliado.

Se antes a participação feminina no mercado de tecnologia já era uma bandeira fundamental, o contexto de mudanças trazido pela pandemia pode ser uma janela de oportunidade para que mais meninas e mulheres possam desenvolver suas carreiras em um ambiente profissional de inovação e TI que deverá ser cada vez mais dinâmico e plural.

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E o impacto será gigantesco. Afinal, só em programação, há mais de 15 mil vagas em aberto, uma grande oportunidade dentro de um país que vê o desemprego crescer. De acordo com o PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desemprego no Brasil foi de 14,3% no trimestre de agosto a outubro de 2020 e atingiu 14,1 milhões de pessoas.


Oportunidade para as mulheres no mercado de TI

Nos últimos cinco anos, a participação feminina na área cresceu 60% – passando de 27,9 mil mulheres para 44,5 mil em 2019, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Mas, ainda assim, elas representam apenas 20% dos profissionais de tecnologia do país.
Se a mudança continuar nesse ritmo, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) acredita que, em 10 anos, a participação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro deve crescer mais do que a masculina em muitos segmentos – a ciência e tecnologia são alguns deles.

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Mas não podemos esperar uma década para que isso aconteça. Mesmo com um cenário relativamente otimista, é preciso mudar, desde já, a cultura dentro das empresas e incentivar a presença feminina na tecnologia.
Vivemos um momento muito frutífero para que essa inclusão aconteça, na medida em que os próximos anos serão marcados pelo surgimento de várias oportunidades, como engenharia de dados, cientistas de dados, diretores de tecnologia, CTOs, engenheiros de software back, front e mobile, especialistas e gerentes em segurança da informação e LGPD.

Além disso, com o home office, não há mais fronteiras para o trabalho. Os profissionais de tecnologia podem concorrer, inclusive oportunidades fora do país para ganhar em dólar e euro.

O cenário é muito positivo para ampliarmos e diversificarmos o mercado de tecnologia, incluindo cada vez mais mulheres e toda a inteligência que podem agregar para as instituições. A tarefa não será fácil, por isso, o quanto antes iniciada, mais cedo também poderemos usufruir de seus resultados. E eles são muitos, para as mulheres e para a sociedade como um todo.